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Ocupações e vulnerabilidade social



Em São Paulo existe aproximadamente 16 mil pessoas em situação de rua,de despejo e morando em local de risco por conta da situação econômica, déficit habitacional, especulação imobiliária (que faz o custo do aluguel subir cada vez mais) e amá gestão de construção e entrega das moradias popularesa preços acessíveis.

Na cidade, estima-se, que existam pelo menos 2 milhões de prédios interditados, ociosos e desocupados, em domínio público ou em briga judicial. Há cerca de dois anos,movimentos como Trabalhadores sem Teto (MTST), Frente de Luta por Moradia (FLM)e o Movimento sem Teto do Centro (MSTC) vem ocupando esse tipo de imóvel e outros tipos de terreno,principalmente no centro da cidade, como forma de protesto, de visibilidade para causa e para acomodar famílias que estão na fila de espera de programas de moradia popular em total vulnerabilidade financeira.

No bairro de Santa Cecilia existe uma ocupação do FLM, em um antigo hotel de luxo, o Lord Palace Hotel que funcionou de 1954 até 2004 e fechou suas portas por dividas, a reportagem do 360° não conseguiu adentrar o imóvel porque ele está sendo desocupado pela prefeitura e as famílias que ainda restaram no local tem medo de represálias, conseguimos encontrar por meio dos comerciantes locais o Leto, antigo morador da ocupação;

Leto, ou Wellington, tem 37 anos, morou no prédio ocupadopor quatro anos, ele não fez parte do movimento FLM, foi chamado por amigos para morar, explica que dentro das ocupações é tudo muito organizado, todos contribuem para limpeza e juntam dinheiro para pagar um porteiro, o valor da manutenção dos elevadores, luz, encanamento e afins também é dividido igualmente. Sobre opressão e preconceito, Wellington diz que sofreram muito, ele e sua família foram chamados de vagabundos e receberam inúmeros olhares hostis da vizinhança e até uma tentativa de agressão. Atualmente ele tem um salão de cabeleireiro em frente a ocupação, mudou-se há poucos meses com sua família para um lugar de aluguel.

Muitos desses prédios no centro e em regiões do extremo leste da cidade estão sofrendo a reintegração de posse, eles retiram os grupos, seus moveis e pertences, essa ação é acompanhada da polícia e, em muitas situações, é violenta, resultando em protesto dos grupos desalojados. No último ano o investimento do Estado está acontecendo em parceria com empresas privadas, o primeiro lote de habitações a preços baixos promete entregar 3.683 unidades, essa iniciativa público-privada conta com um o montante de 900 milhões por parte das empresas, o estado entrará 465 milhões em parcelas que se estenderão por 20 anos, e a prefeitura fornecerá os terrenos das desintegrações para as construções que não tem data prevista de entrega.

Reportagem Julia Corazza

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